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Transplante devolve a visão a pessoas cegas
Fotografia © Arquivo / Alfredo Cunha

Das 18 pessoas que receberam um transplante de células estaminais na retina, a maioria teve melhorias na visão. Foram tratadas as duas causas mais comuns de cegueira incurável no mundo desenvolvido.

Um dos pacientes era criador de cavalos, com a visão muito deterioridada e completamente cego de um dos olhos. Depois do transplante e do tratamento que se lhe seguiu, esse paciente já pode montar a cavalo, e ver mesmo pormenores como os fios de arame farpado. Tem agora uma capacidade de visão de 50% do total, suficiente para poder conduzir, por exemplo.

O tratamento consiste num transplante de células estaminais embrionárias na retina. As células estaminais podem transformar-se em células de qualquer tecido do corpo, e neste caso tinham sido transformadas em epitélio pigmentário retinal, o tipo de células que faltavam aos pacientes para que os seus olhos pudessem absorver luz e criar imagens.

Dos 18 pacientes que foram tratados, dez tiveram melhorias substantivas, sete melhoraram moderadamente ou estabilizaram, e um sofreu perdas. O estudo, feito por um conjunto de universidades e cientistas americanos e publicado hoje no The Lancet, resulta de um acompanhamento de três anos aos pacientes que receberam o transplante. Dos pacientes, nove tinham degeneração macular e outros nove tinham doença de Stargardt.

Steven Schwartz, do Instituto Oftalmógico Jules Strein da Universidade da Califórnia e co-autor do estudo, afirma, citado pelo El País, que a principal mensagem do estudo é de esperança. Embora sejam ainda precisos muitos testes clínicos, Robert Lanza, chefe científico da Advanced Cell Technologies, arrisca dizer que, se tudo correr bem, "os transplantes poderão estar em uso a grande escala em 2020."

 

 

in DN Ciência

Fran Fulton, de 66 anos, tem cegueira total há dez anos. Mas há algumas semanas tudo mudou em sua vida.

Fulton sofre de uma doença chamada retinite pigmentosa – um mal degenerativo que lentamente provoca a morte de células sensíveis à luz na retina. Ao longo de vários anos, ela perdeu sua visão aos poucos. Nos últimos dez, ela não via absolutamente nada.

Mas em julho passado, Fulton foi receptora de um sistema chamado Argus 2. Trata-se de um par de óculos equipados com câmeras e ligados a eletrodos que são implantados aos olhos. Esse sistema conduz informações visuais a seu cérebro.

Com essa tecnologia, ela agora é capaz de ver o mundo novamente. Como é essa experiência?

"Quando eles 'ligaram a minha visão', foi uma experiência absolutamente incrível", conta Fulton. "Eu estava tão emocionada e exaltada, que meu coração começou a bater muito rápido, e eu tive até que botar a mão no peito, porque achei que o coração ia saltar para fora."

 

Fran Fulton (de azul, no centro) recuperou parcialmente a visão

Tecnologia inovadora

As tecnologias de câmeras e o conhecimento humano sobre nosso sistema visual estão evoluindo, e com isso novas técnicas contra a cegueira estão progredindo. Aparelhos como o Argus 2 "driblam" olhos danificados e restauram pelo menos parcialmente a sensação de visão.

A tecnologia não é perfeita, a restauração do sentido de visão é apenas parcial. Além disso, apenas seis pessoas nos Estados Unidos estão usando o Argus 2. Mas pesquisadores acreditam que, com o que estão aprendendo agora, poderão ajudar mais pessoas no futuro.

O Argus 2 é composto por três partes: um par de óculos, uma caixa de conversão e um conjunto de eletrodos. Os óculos não possuem nenhum grau – eles são apenas um veículo para segurar as câmeras. Essas câmeras não são muito mais sofisticadas do que as usadas por smartphones.

A imagem da câmera é transmitida para a caixa de conversão, que pode ser carregada no bolso. Esta caixa envia sinais ao conjunto de eletrodos que estão implantados na retina do paciente.

Robert Greenberg é diretor da empresa Second Sight, que desenvolveu o Argus 2. Ele explica que o olho humano é como um "bolo com várias camadas".

Em uma camada estão as células sensíveis à luz, chamadas de "bastonetes" e "cones", que fazem a conversão da luz em informação visual. Em pessoas com retinite pigmentosa, essas células estão mortas.

"Estamos passando por cima destas células mortas e indo direto à próxima camada do bolo", explica Greenberg. O processo de conversão da informação da câmera para os eletrodos implantados no olho foi tema da tese de doutorado do diretor da Second Sight.

 

Eletrodos são implantados na retina, 'driblando' células mortas

Outro desafio foi implantar eletrodos na retina no olho, que é fina como uma folha de papel. O desafio foi enorme para os pesquisadores, mas a cirurgia de implante dos eletrodos na retina é feita em poucas horas, e o paciente pode ir para casa no mesmo dia.

'Nunca achei que voltaria a ver'

Então o que é visto pelos pacientes com Argus 2? A sensação é parecida com a de ver uma imagem digital com pixels muito grandes. Ou como olhar um painel digital gigante de muito perto.

Fulton conta que é difícil descrever exatamente o que ela vê.

"As pessoas dizem que o que estamos vendo são vultos. Sim, é verdade, mas são impulsos eletrônicos. Então o difícil é aprender a interpretá-los. Não é que seja exatamente uma tarefa difícil, mas é uma curva de aprendizagem bastante grande. Eu ainda estou aprendendo."

 

A cirurgia é simples para o paciente, que volta para casa no mesmo dia

Ela faz terapia para aprender a interpretar os sinais que seu cérebro capta.

Fulton conta que recentemente saiu para jantar em um restaurante. Ao sair, ela conseguiu se guiar focando sua visão na camisa branca do amigo que andava à sua frente, sem necessidade de um guia.

Alguns pacientes dizem que objetos muito luminosos, como árvores de Natal e fogos de artifício, são bem identificáveis. Fulton conta que ainda não teve oportunidade de ver um show de queima de fogos, mas está ansiosa para presenciar isso novamente.

Uma experiência que melhorou bastante foi sua locomoção diária. Ela conta sobre a primeira vez em que pegou o elevador no escritório de advocacia onde trabalha.

"Eu trabalho no terceiro andar, onde há três elevadores, e eu ouvi a sineta indicando que um elevador estava descendo. Eu me alinhei em frente ao elevador e entrei nele. Eu não bati com meu ombro esquerdo ou direito. Não precisei de bengala para me orientar. Cada novo dia é muito animador, e nunca em toda minha vida achei que isso poderia acontecer."

O uso da bengala passou a ser menos importante, já que ela consegue identificar a presença de objetos ao seu redor.

"Agora eu consigo identificar portas e objetos nas ruas. Eu não sei dizer se o objeto é um vaso de flores ou um mendigo pedindo dinheiro, mas sei dizer que algo está na minha frente."

As imagens geradas pelo Argus 2 ainda são apenas em preto e branco. E há várias deficiências: não é possível ler ou reconhecer rostos. Por ora, Fran Fulton diz que às vezes consegue distinguir formatos, como triângulos, círculos e quadrados.

O sistema também não funciona com todos os cegos. Eles precisam ter sua retina intacta para poderem receber o implante. Pessoas que perderam a visão por causa de diabetes, glaucoma ou infecção não podem usar essa tecnologia.

O próximo passo da Second Sight é descobrir uma forma de pular até mesmo a camada da retina, com eletrodos ligados diretamente ao cérebro.

Mas para quem era cego há anos, tudo que foi feito agora já é um grande avanço.

"Eu espero no futuro poder ver meus netos", diz Fulton. "Eu não imagino que vou conseguir ver seus rostos, mas sei que eles vão se divertir podendo ficar à minha frente e dizer 'vovó, você consegue me achar?' E eu poderia então perceber a diferença entre o neto de quatro anos e o neto de sete anos."

 

 

in BBC Brasil

Os cientistas identificaram o processo químico que garante a drenagem do olho e estão a desenvolver um colírio que poderá curar a doença

 

Investigadores norte-americanos descobriram uma possível causa do glaucoma e estão a desenvolver um colírio que visa a cura desta doença - uma das principais causas de cegueira no mundo. O estudo publicado, este mês, no Journal of Clinical Investigation.

 

O glaucoma consiste na pressão intraocular provocada pela drenagem insuficiente de fluido a partir da camâra anterior do olho. Esta pressão destrói as células ganglionares, uma espécie de neurónio da retina, que leva à destruição do nervo ótico, causando cegueira.

 

Segundo o comunicado da Universidade de Northwestern (UN), o novo estudo identifica os blocos moleculares necessários para a reabilitação dos mecanismos de drenagem no olho e fornece as "ferramentas" químicas para os reparar. Até esta fase, a base molecular da doença causada pela deficiência dos canais de drenagem era desconhecida.

 

Segundo Susan Quaggin, autora do estudo e nefrologista na UN, "este é um grande passo na compreensão da causa da doença que rouba a visão de 60 milhões de pessoas em todo o mundo".

 

A cura pode passar por um colírio, um medicamento aplicado diretamente nos olhos ou nas pálpebras, que está a ser desenvolvido por Quaggin em colaboração com Amani Fawzi, professor e médico oftalmologista, Xiaorong Liu, professor assistente de Oftalmologia, e Samuel Stupp, cientista na UN.

 

"Imaginem se pudéssemos aumentar o canal de Schlemm [vaso que se destina à drenagem de um líquido aquoso excedente dos olhos] nas pessoas com glaucoma de forma a diminuir a pressão no olho", desafiou Quaggin em declarações à UN. "É isso que nós esperamos com este novo colírio", disse ainda.

 

A causa da má drenagem nos olhos

 

A investigação da universidade identifica uma via de sinalização química fundamental para o funcionamento saudável do canal de Schlemm e as substâncias necessárias para o seu crescimento e desenvolvimento.

 

No fundo, este processo químico funciona como uma chave e uma fechadura. A fechadura é uma substância chamada Tie2 e a chave para a abrir é um fator de crescimento chamado angiopoietina (conjunto de fatores de crescimento). A falta de um dos dois prejudica o funcionamento do canal de Schlemm e provoca o aparecimento do glaucoma.

 

O estudo foi desenvolvido em modelos animais, mas Quaggin acredita que as descobertas possam ser relevantes no glaucoma humano.

 

 

in Boas Notícias

Leiria: Restaurantes passam a ter ementas em braille

 

A partir desta sexta-feira, os restaurantes da Praça Rodrigues Lobo, em Leiria, vão passar a disponibilizar em "braille" e em linguagem pictográfica as suas ementas. A iniciativa resulta do projeto "Praça de Todos", desenvolvido por alunos do Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria) para permitir a todos igualdade de acesso aos menus.
 
Em comunicado, o IPLeiria explica que esta ideia, pioneira em Portugal e que arranca hoje pelas 21.30h , conta com a adesão de todos os espaços de restauração daquela praça leiriense e surge no âmbito de um trabalho de estudantes na unidade curricular "Laboratório de Comunicação Aumentativa" do Mestrado em Comunicação Acessível.
 
"Este é um projeto pioneiro, que tem como principal objetivo contribuir para uma acessibilidade plena de todos os cidadãos, colocando, assim, a cidade de Leiria na vanguarda da inclusão", congratula-se Célia Sousa, docente do IPLeiria e coordenadora do Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID) daquela instituição de ensino.
 
O lançamento deste projeto decorre no âmbito da segunda edição da conferência internacional INCLUDiT, que vai ter lugar entre os dias 3 e 5 de Julho na Escola Superior de Educação e Ciências do IPL Leiria.
 
"Tentamos abordar a comunicação acessível através de vários olhares e em vários contextos, para que se atinja uma perspetiva holística do fenómeno", explica a docente a propósito do projeto que se destina a facilitar a vida dos cidadãos invisuais ou com deficiências oculares graves. 
 
O Mestrado em Comunicação Acessível do IPLeiria arrancou este ano letivo com o propósito de formar especialistas em comunicação acessível com vista ao desenvolvimento das competências teóricas e operacionais necessárias a uma inserção no mercado de trabalho nacional e internacional. 
 
Atualmente, são 16 os alunos que frequentam o curso, oriundos não apenas de Portugal mas também de países como Brasil e Cabo Verde.
 
 

 

Óculos dotados com lentes inteligentes desenvolvidas para pessoas com incapacidades visuais ajudam a seguir caminhos, a evitar obstáculos estáticos ou em movimento e até a reconhecer cor de roupas. O produto comercial poderá ser lançado em 2015.

Com recurso a inteligência artificial, geometria computacional, técnicas de GPS e ultrassom, investigadores do Center for Research and Advanced Studies (CINVESTAV), no México, desenvolvem lentes para óculos que podem vir a revolucionar o dia a dia de pessoas com cegueira ou incapacidades visuais.
Os cientistas desenvolveram toda a ideia até ao protótipo e anunciam que esperam começar a comercializar o produto no início de 2015. O problema para já pode colocar-se ao nível do preço, já que um par de óculos com lentes inteligentes pode custar entre 700 e 1100 euros.
Os óculos equipados com as lentes especiais consistem num dispositivo de navegação desenvolvido com base em algoritmos de visão estereoscópica, possui sensores de som stereo, tecnologia de georreferenciação e um tablet através do qual uma voz vai dando indicações ou avisos aos utilizadores.
Graças às técnicas de ultrassom o dispositivo vai ser capaz de reconhecer objetos translúcidos como o vidro e como está dotado de inteligência artificial poderá guardar informação ao longo do tempo para reconhecer, por exemplo, locais, sinais e objetos.
Por enquanto, os investigadores preveem que o par de óculos, que funciona à base de baterias, terá uma

autonomia até quatro horas de utilização contínua.

 

 

in TV Ciência

Um programa de combate à cegueira evitável foi lançado na segunda-feira pelo Standard Chartered Bank (China) e a Fundação Fred Hollows na Região Autônoma da Mongólia Interior, norte da China, disseram nesta terça-feira fontes da instituição financeira.

  Com um investimento superior a 7,4 milhões de yuans (US$ 1,2 milhão), o programa, parte do projeto de comunidade global do Standard Chartered chamado "Ver para Crer", vai durar três anos e três meses e trabalhará para curar a cegueira tratável na região.

  O programa já escolheu oito hospitais locais como instituições parceiras. Ele ajudará a treinar cirurgiões oculares, fazer cirurgias de cataratas e fornecer serviços de oftalmologia nas áreas rurais, disseram as fontes.

  Segundo estatísticas da comissão de planejamento familiar e saúde regional, existem cerca de 100.900 pessoas cegas e 245 mil pacientes de baixa visão na Mongólia Interior. Quase metade dos casos de cegueira é provocada por catarata.

  A Fundação Fred Hollows, uma organização não governamental com sede na Austrália, concentra-se no tratamento e prevenção de cegueira e outros problemas de visão.

por Xinhua

 

in CRI Online

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