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Americano, que superou uma profunda depressão pela iminência da perda da visão, criou novas técnicas de pilotagem no bobsled e sagrou-se campeão olímpico em 2010

 

A 130 km/h é difícil observar a paisagem. Como um borrão, as imagens ao redor se perdem em uma confusão de cores e formas. Na pista branca de gelo, porém, a visão perfeita é pré-requisito para competir no bobsled por razões técnicas e de segurança. Mas o piloto que detém o título de campeão olímpico no trenó de quatro desafiou por anos a lógica e os limites de seu esporte. Com uma doença degenerativa nos olhos, Steven Holcomb subiu na hierarquia da equipe dos Estados Unidos mesmo com a visão muito comprometida, beirando a cegueira. Em vez de desistir, o atleta encarou com coragem uma depressão profunda, desenvolveu técnicas alternativas de pilotagem e se arriscou em uma cirurgia pioneira para coroar-se como um dos ícones da Fórmula 1 do gelo em todos os tempos.

Em Sochi, o americano tenta o bicampeonato no bobsled de quatro e seu primeiro título na modalidade de duplas - nas duas primeiras descidas com Steven Langton, fez o terceiro melhor tempo geral: 1m53s18. O SporTV e a Rede Globo transmitem alguns eventos dos Jogos de Inverno ao vivo, e o SporTV.com acompanha as competições, diariamente, em Tempo Real.

bobsled Steven Holcomb (Foto: Getty Images)A vida em borrões: Holcomb vai da quase cegueira ao renovado prazer da velocidade no bobsled (Foto: Getty Images)

 

Em 2001, Holcomb foi diagnosticado com ceratocone, uma doença degenerativa que altera a curvatura da córnea para um formato mais cônico e causa distorções na visão, além de muita sensibilidade à luz. Ex-esquiador alpino, o americano tinha 21 anos e dava os primeiros passos no bobsled. Com um futuro promissor na modalidade – ele se tornaria piloto e testaria o trenó na pista olímpica de Salt Lake City no ano seguinte -, o atleta não aceitou o fato de que a única solução seria passar por um transplante de córnea e visitou 12 especialistas em seis anos. Durante este período, usou apenas lentes de contato corretivas que minimizavam – mas não corrigiam – o dano.

bobsled Steven Holcomb (Foto: Getty Images)Holcomb e o ouro em Vancouver: medalha da superação na carreira e na vida (Getty Images)

Em 2007, enxergando apenas vultos, o piloto recebeu um ultimato: ou operaria ou perderia a visão. A consciência também pesava, já que um erro poderia colocar em risco a integridade dos companheiros com quem dividia o trenó. A decisão pela aposentadoria, no entanto, produziu uma solução caseira. O próprio treinador de Holcomb o apresentou ao Dr. Brian S. Boxer Wachler, que trabalhava com um procedimento inovador chamado C3-R, no qual a riboflavina (vitamina B2) é ativada por ondas de luz. Meses depois de usar a tecnologia, Holcomb passou por um implante de lentes de contato especiais e recuperou 100% da visão. A incrível história virou livro na biografia "Mas agora eu vejo: minha jornada da cegueira ao ouro olímpico".

- Enquanto eu aprendia como dirigir, meus olhos iam lentamente ficando piores, então eu fui me adaptando a dirigir sem ver. Eu acredito que isto me ajudou a me tornar um dos melhores pilotos, porque eu fui forçado a usar outros sentidos e a não acreditar no que eu estava vendo. Eu acho que eu tinha uma vantagem, mas naquela época ainda não sabia. As lutas e dificuldades que enfrentei me fizeram o atleta e a pessoa que eu sou hoje. Meu maior desafio foi mental. Eu passei por uma depressão profunda por muitos anos por causa do meu problema e da inevitabilidade de que eu me tornaria cego e teria que abrir mão de tantas coisas que eu amava na vida. Eu acredito que estes desafios e obstáculos me tornaram um dos adversários mais duros na montanha. Não sou fácil de ser vencido mentalmente, e isso é uma parte importante no bobsled – disse, em entrevista ao GloboEsporte.com.

Steven Holcomb Na Infância (Foto: Reprodução Facebook)Holcomb praticou esqui alpino por 12 anos: assim começou nos esportes de inverno (Foto: Facebook)

Os atributos que fazem de Holcomb um atleta de sucesso também estão ligados a seu porte físico e a outras curiosas experiências fora do mundo do esporte. No que diz respeito à aparência atarracada, o americano possui o biótipo perfeito para a prática do bobsled. Com 1,78m, sua altura não causa problemas para a acomodação no trenó, e os 104kg estão na média ideal para compor o peso total do conjunto de atletas e carrinho. É importante que os competidores sejam muito fortes para empurrar o trenó e dar velocidade na largada e estabilidade durante a descida.

Paralelamente à vida de atleta, o piloto sempre administrou outras atividades profissionais. Por sete anos, Holcomb foi membro das Forças Armadas Americanas e, treinado para atuar como engenheiro de combate, lidava com obstáculos e demolições. Foi assim até conseguir a transferência para uma unidade militar chamada Programa de Atletas de Nível Mundial (WCAP, na sigla em inglês), onde pôde finalmente se dedicar mais à carreira no bobsled.

Steven Holcomb No Serviço Militar (Foto: Reprodução Facebook)A foto oficial de Steven Holcomb no Serviço Militar dos Estados Unidos (Foto: Reprodução Facebook)

- O primeiro trabalho era muito excitante, mas muito perigoso também. Depois fui autorizado a manter meu status atlético e colocado na WCAP. Ali era meu trabalho e minha ordem competir no mais alto nível e ganhar um ouro nas Olimpíadas. Eu acredito que o treinamento que recebi como militar fez de mim um atleta melhor. Aprendi a ter muita disciplina mas, acima de tudo, o quão forte eu poderia ser e o quanto eu poderia suportar enquanto pessoa. Eu aprendi muito sobre mim e sobre quem eu era. 

Apesar da rotina de treinos em tempo integral, Holcomb ainda concilia seus compromissos na pista com os estudos. Aluno do curso de Ciências da Computação na DeVry University, ele frequenta poucas aulas por ano e tenta se manter atualizado online. A conclusão do curso, no entanto, não tem previsão. Afinal, o bicampeonato olímpico em Sochi é prioridade absoluta.

Ajuda da BMW em busca de mais um ouro nos Jogos

Aos 33 anos, Holcomb paga o preço por competir em um esporte em que os patrocinadores individuais trabalham com cifras modestas. Tanto que, mesmo com o status de campeão mundial e olímpico, ainda mora no dormitório do Centro de Treinamento de Lake Placid, em Nova York – único lugar que diz poder pagar. Quanto ao investimento no equipamento da equipe americana, no entanto, ele não pode se queixar. No último ciclo olímpico, o Team USA fechou contrato com a BMW para a fabricação dos trenós de dois do país.

bobsled Steven Holcomb (Foto: Getty Images)O dia mais feliz da vida de Holcomb: a vitória no bobsled de quatro em Vancouver (Getty Images)

- É uma companhia de alta performance, e nós somos um time de alta performance. Eles foram ótimos até agora nos ajudando a desenhar um trenó. Claro que é um processo lento e ainda estamos aperfeiçoando tudo. Mas este esporte está sempre evoluindo. Novas tecnologias estão sempre sendo desenvolvidas, e as novas ideias estão sempre sendo postas em ação. É ótimo ter uma companhia tão boa atrás de nós, buscando a mesma perfeição que eu busco para mim mesmo.

Steven Holcomb buscará duas medalhas em Sochi. Nas duplas, ele estreia na pista de 1.800m do Complexo Sanki no dia 16 de fevereiro – a final será no dia seguinte. No quarteto, prova na qual defende a conquista de Vancouver 2010, a descida inicial será em 22 de fevereiro, com a briga pelo pódio um dia depois. Mais dois desafios para alguém acostumado a enfrentá-los de peito aberto. E a vencê-los.

Steven Holcomb Cerimônia Vancouver (Foto: Reprodução Facebook)Holcomb foi porta-bandeira dos EUA em Vancouver: '2º dia mais feliz da vida', segundo o atleta (Foto: Reprodução Facebook)
 
 
 

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