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a caracterização
O meu caso trata-se de ambliopia em ambos os olhos e apesar do uso de óculos não há a passagem correta de luz, o que não permite transmitir as imagens com precisão ao cérebro.
Estrabismo, astigmatismo, anisometropia, hipermetropia são as diversas causas, não sendo igual em ambos os olhos, um deles tem mais dificuldade que o outro, caracterizando assim a minha redução da visão, quer ao perto quer ao longe.
O uso de óculos, no meu caso, é para ver ao longe e apenas permite melhorar um pouco a qualidade da imagem que se me apresenta. Sem os óculos o que se encontra a 3 metros de distância fica desfocado e/ou esfumaçado (semelhante a nublado), em suma, não há nitidez
como me vêm os outros
Pela natureza do meu problema, as minhas atitudes no quotidiano, fazem com que eu quase pareça "normal" aos olhos dos outros. Estas situações são muitas vezes geradoras de conflitos, por ser de difícil compreensão, pondo-o mesmo em causa. É normal a dificuldade de compreensão mas o mesmo não se pode dizer da não aceitação.
então o que vejo?
Ora bem, não sendo fácil vou procurar explicar como trabalha a minha visão com recurso a alguns exemplos do dia-a-dia.
- Ler a bandeira (indicação de destino) de um autocarro a mais de 3 metros, é uma tarefa difícil e dependendo dos equipamentos desse veiculo até impossível. No entanto consigo, pela dimensão do mesmo, ver o veículo a 20 ou 30 metros de distância e consoante a luz do dia.
Existem várias alternativas: a mais “drástica” é mandar parar todos os autocarros que se aproximam até que surja aquele que me interessa; se tiverem mais pessoas na paragem, basta estar atento e quando se aproxima um autocarro se alguém fizer sinal já sei que vai parar e logo vejo se me interessa também; outras vezes alguém comenta e que vêm o número tal; conhecendo os percursos, se sei que aquela carreira vem da rua A e é a única que de lá surge, é provavelmente o autocarro que quero; entre outras hipóteses sendo estas as mais comuns.
- Na fotografia: "Como é que ele tem problemas e é fotógrafo?!"; "Mas como ele faz?!"
A estas questões vou tentar explicar na secção de fotografia onde procurarei desenvolver mais, no entanto adianto já que as máquinas com as suas objetivas ampliam a imagem o que já é uma ajuda.
- Na informática: "Ele está colado ao monitor?!"
Aqui também, e naturalmente, faz alguma confusão a quem me rodeia. Na verdade, e como digo habitualmente, desde que consiga “colar” o nariz ao um ecrã, televisor, telemóvel, livro, etc., é, em princípio, suficiente no meu caso para conseguir ler.
- No cinema e teatro. No caso do cinema como a tela é grande não tenho problemas de maior, com exceção da legendagem que essa sim me obriga a ter de ficar sempre na primeira fila, e mesmo assim, depende da localização dessa fila que é por vezes algo distante. Já no teatro as coisas são mais complicadas porque, e em regra geral, e ainda que me sente na primeira fila, o que vejo é mais ou menos o cenário e os atores são quase pequenos “bonecos”, ou seja, não consigo distinguir expressões faciais importantes para a ajuda na interpretação e compreensão da cena.
- Pessoas a mais de 2 metros, vejo-as mas não as consigo identificar. Esta situação é uma das mais complicadas e causadora de varias situações desconfortáveis ou até conflituosas dos outros para comigo. Na verdade quem não me conhece e se cruza comigo na rua, pode fazer vários julgamentos, tais como: “Olha não fala!”, “Não me conhece”, “Mal-educado, não fala a ninguém!”. O mesmo não acontece, pelo menos com a mesma frequência, com aqueles que me rodeiam habitualmente, onde aí os pormenores ajudam-me a identificar quem lá vem, tais como: o semblante do caminhar, uma forma de se vestir, uma fala ao longe nem que seja um “olá”. Portanto, quem comigo se cruzar diga olá e espere alguns segundos para que eu tenha tempo de reagir e perceber com quem me cruzo. E sim, às vezes percebo mal, não é nada comigo, e aceno ou respondo e acabo por fazer figuras tristes.