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Anderson de Souza Coelho tinha 19 anos em 2003 e era traficante de drogas. O objetivo de vida do então jovem criminoso era ter os melhores carros, as melhores motos e uma vida com dinheiro fácil. Para isso, a única preocupação era se tornar o “dono” do morro. As consequências para isso não importavam, ele só queria ter dinheiro fácil. Mas num dia, na casa dos pais, acabou vítima de bandidos encapuzados. Dos seis tiros que levou, um foi responsável por mudar a vida do criminoso para sempre. Cego e longe do crime, Anderson encontrou na corrida uma saída para a completa mudança e adaptação. Hoje, aos 30 anos, e com oito de carreira, ele se tornou referência nacional em corridas de 800 e 1.500 metros, mas natural de Belo Horizonte, faz questão de participar também de uma prova mais longa: a Volta Internacional da Pampulha.
Antes desta história começar, Anderson era mais um jovem perdido na vida, com um caminho que poderia ter sido interrompido se não fossem alguns centímetros. Dos tiros que levou, um acertou a cabeça. Ele não morreu, mas perdeu a visão.
- Eu estava na casa da minha mãe, entraram pessoas encapuzadas lá e me deram vários tiros. Ao todo foram seis, sendo que um desses veio a me deixar cego. Até então eu queria mandar no morro, queria ter aquele carro, queria ter aquela moto... Eu simplesmente me iludi com aquilo – relembra.
Mas o que parecia ter se tornado o fim mostrou-se um verdadeiro começo. Superado o trauma, Anderson precisava de uma atividade física e dessa forma, meio que forçadamente, ele encontrou no atletismo uma motivação. Para participar da principal prova do atletismo em Minas Gerais, Anderson precisa de companhia. Reinaldo Ronald Hayzzer é esta pessoa, já que além de amigo e preparador físico, é o guia do corredor.
- Guia é o nome que se dá à pessoa que conduz o cego. A gente é amigo e é isso que vale – resume Anderson.
- A história do Anderson é uma história que encanta, uma história que transforma a vida de pessoas que pensam que já tem tudo, mas que realmente não tem nada – explica o guia Reinaldo.
Recém-formado em Educação Física, Reinaldo teve no amigo e parceiro o objetivo de estudo do Trabalho de Conclusão de Curso. Com o parceiro dono da segunda melhor marca do país nos 800 e 1.500 metros em pista, consideradas corridas de média/curta distância, eles fazem questão de encarar outro desafio anualmente: a Volta Internacional da Pampulha, cujo trajeto tem cerca de 18 mil metros.
- As corridas de rua são como se fossem uma pelada de fim de semana, aonde você vai e não está preocupado se vai fazer um tempo bom ou um tempo ruim. Você fica preocupado só em completar a prova – explica o corredor.
Com este pensamento Anderson promete foco em mais uma disputa. Sem medo de errar, pensando no que passou, prefere as dificuldades de uma prova como esta do que as que tinha quando enxergava e se dedicava ao crime.
- Se for para eu escolher se queria voltar a enxergar e viver a mesma vida de antes, ou se é para continuar cego com a vida de hoje, prefiro ser cego então - completou.
in Globo.com