Ontem, dia 10 de julho, o largo fronteiro ao Teatro Nacional de São Carlos encheu-se de muito público que ali ocorreu para assistir a mais um concerto extraordinário que nos transportou até à Indonésia, sob o título “Diálogo com o Oriente".

O embaixador da Indonésia, ali presente, agradeceu este concerto que nos traz a conhecer, aquela que seria a estrela da noite, a música de gamelão, parte essencial da cultura indonésia.

Gamelão é um conjunto de música tradicional e também o instrumento musical coletivo típico das ilhas de Java e Bali, na Indonésia. É composto por uma série de metalofones, xilofones, kendang (tambores) e gongos, podendo algumas variantes incluir ainda flautas de bambu e instrumentos de cordas percutidas ou tocadas com arco, ou mesmo cantores.

Começamos por ouvi, três peças de Música para Gamelão:

- Swara Sulling música tradicional para Gamelão de Java
- Hujan Jepun música tradicional balinesa, de G. de Purana, e I. Wayan Gandera, arr. de Gilbert Stoeck para Gamelão de Java
- Nuno Côrte-Real Cycles, obra para Yogistragong e quarteto de cordas, em Estreia Mundial

Também em a Estreia Mundial o 1º ato “O Deus do Vulcão”

O Deus do Vulcão é pioneiro na fusão da ópera ocidentalizada com orquestra, coro e solistas, com o Gamelão de Java; é o primeiro documento musical feito sobre o vulcão Kawah Ijen (Vulcão Azul da ilha de Java) os mineiros.

- Tiago Cabrita música da ópera O Deus do Vulcão Estreia Mundial (Ato I)
- António Pacheco libreto para O Deus do Vulcão Estreia Mundial (Ato I)

- Fernando Barata autor da história

O Deus do Vulcão

Abertura e Primeiro Ato [O Acordo; Lamento;  A Revolta; A Festa)

Um Holandês, com cerca de 40 anos de idade, dono do negócio de enxofre, sentado num banco no exterior da sua taberna canta sobre a miséria do povo, a exploração que este sofre e ri-se. Canta sobre a sua própria ganância e sobre a sua indiferença perante as condições de vida e trabalho das pessoas da aldeia e do perigo da recolha de enxofre.

O Deus do Vulcão, por sua vez, refere-se às almas dos trabalhadores que ele quer receber e lembra o Holandês do pacto que tinha sido acordado entre eles.

Entra em cena um mineiro doente, chorando, sabendo que só lhe restam duas semanas de vida devido aos gases tóxicos que emanam do vulcão. Questiona o Holandês sobre a sua indiferença em relação aos trabalhadores. Ele está, no entanto, resignado porque pensa que o seu sacrifício não foi em vão e que conseguiu dar aos seus familiares a possibilidade de ter melhores condições de vida.

O Líder Espiritual da aldeia visita o Holandês e lembra-o das promessas que ele tinha feito, no sentido de melhorar as condições da aldeia e dos trabalhadores.

Temendo esta revolta, o Holandês fala com o Chefe da Polícia e pede-lhe ajuda para acalmar a revolta dos trabalhadores oferecendo-lhe uma grande quantidade de dinheiro. O Chefe da Polícia faz uma contraproposta e, para além do dinheiro, quer também que o Holandês dê à sua filha um trabalho na sua taberna.

O Holandês, que já tinha reparado na jovem e na sua beleza, acede ao acordo e consegue conter a revolta dos trabalhadores.

O Deus do Vulcão, sempre presente em cena, felicita o holandês na resolução da situação que se podia ter tornado mais complicada.

As pessoas da aldeia dançam ao som de música tradicional de Gamelão, oferecida ao Deus do Vulcão que canta, exibindo na voz e nos gestos o seu poder.

Acompanhe a programação desta 7ª edição, que se prolonga até ao próximo dia 25, inclui dança, música coral e sinfónica e ópera e espetáculos sempre apresentados no largo fronteiro ao Teatro Nacional São Carlos, em Lisboa, pode ser consultada em www.festivalaolargo.pt

Veja a fotorreportagem

2015-07-10 - 7º Festival ao Largo – Dialogo com o Oriente

Reportagem publciada em http://www.ammagazine.pt/espaco-cultural-espetaculos?limitstart=0

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